Trabalho, Alphonse Mucha, Artificial Insights, Ana Couto, Personas, ViraTexto

Rebeca X
6 min readMay 8, 2023

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Curadoria de seg a dom 1–7 de maio, 2023.

Origem dessa Digest: descubra aqui ☄️

1) Artigo: Você é o trabalhador heróico ou o trabalhador vítima?

Artigo bacana do Bruno Scartozzoni que gerou bastante reflexão por aqui. Já adianto que agora entra em cena minha personagem melancólica e sarcástica ao bom estilo Byung-Chul Han de ser.

Me reconheci nos dois cenários durante meus nove anos de carreira. Passei de uma jovem sedenta por sucesso que ignorava limites, privilégios, sistemas opressores e que comprava discursos neoliberais e que, com muitos chutes na bunda (na minha óbvio), se enxergou num lugar de profundo emputecimento e frustração.

Quer dizer que depois de tantos anos vestindo camisas, não encontrei meu propósito no trabalho? Ora, ora, achei que era só me esforçar! Fui enganada. Sim, depois de um burn-out e choques de realidade fui dando espaço à consciente vítima do capitalismo que debocha do próprio sofrimento enquanto promove seu novo portfólio de design prometendo ajudar o seu negócio.

Do workaholismo ao quiet quitting. Me parece que agora depois dessa curva learning-by-doing em que eu mesma fui o objeto de experimento — Marina Abramovic ficaria orgulhosa — e com o diploma de Welcome To The Jungle nas costas, consigo encarar esse meu terceiro estágio de consciência. Nem muito entusiasmada, mas nem tão desiludida, afinal 90% dos trabalhos que existem nem são tão importantes assim, mas ainda existem pequenas felicidades na jornada. E vamos de caminho do meio. #pas

2) UI Design: Alphonse Mucha, um site belíssimo

Gosto muito de Art Nouveau, inclusive estou escrevendo essa resenha ao som dessa bonita playlist.

Esse site me surgiu como sugestão do meu plugin de browser do Muzli por ter uma UI extraordinária.

Além do design bonito, fluido e interativo, ele conta a história do artista tcheco Alphonse Mucha (1860–1939) em transições elegantes, fatos cronológicos e trabalhos do artista.

Mucha foi expulso da escola de arte, mas continuou criando coisas bonitas. Dentre seus trabalhos gráficos, seus belos pôsteres foram reconhecidos e requisitados, o que tornou ele um artista referência e revolucionário para a época e para o campo do design e arte. Ele também era um cara bem humildão.

"Fiquei feliz em estar envolvido com arte para o povo e não para escolas de arte privadas. Era barato, acessível ao público em geral e agradava famílias tanto abastadas quanto pobres." — Alphonse Mucha

Ivy (1901) — Alphonse Mucha

Mucha inspirou posteriormente: movimentos de poster art psicodélicos, Estuquismo, mangá, comic books e rock poster art (inclusive reconheço referências de Mucha no trabalho dos franceses Førtifem no qual sou fã).

3) Newsletter: Inteligência Artificial curada por Michell Zappa

Eu vejo dois cenários claros sobre o movimento que a IA trás pra sociedade que eu considero arriscados:

1. Dos negacionistas, fatalistas e ignorantes que acham que todo mundo vai perder o emprego porque um chat escreve um texto completo e devemos sair nas ruas pra boicotar as empresas que desenvolvem. Esse grupo eu costumo chamar de "taxistas quando tentaram combater a Uber".

2. Dos visionários de summits que vendem a utopia de um futuro desejável enviesado (por eles), mundo perfeito e super humans por causa de algoritmos espertinhos. O brilho nos olhos de quem acredita cegamente nisso sem questionar é pior que o grupo anterior. Nesse eu empenho mais energia pra observar sob qual lógica estão operando.

Essa polarização cansa, mas dá pra navegar numa terceira via que possibilita que eu analise, pondere, critique e usufrua desse contexto de forma consciente e inteligente. O Zappa é uma pessoa brilhante que eu adoro trocar sobre isso e me alegro que ele opera nesse sistema por essa terceira via. A Artificial Insights trás uma série de discussões, referências e novidades interessantes (que na maioria das vezes ninguém tá pesquisando sobre) pra quem não quer habitar os dois grupos duvidosos ali em cima.

4) Artigo: Coisas legais que pessoas normais estão fazendo usando IA

Artigo retirado da newsletter Artificial Insights mencionado no tópico anterior. Ele se explica por si.

Enjoy! ;)

5) Curso free: Branding com Ana Couto (LAJE)

Apesar de ter trabalhado com branding no início da carreira quando era uma publicitária padawã, me distanciei da disciplina e me desatualizei de muita coisa. Nesse semestre tive aula de branding na faculdade (eu faço Marketing 4.0 na PUCPR) e o tesão e curiosidade sobre marca acendeu de novo em mim. Paralelamente alguém no Discord do The Ugly Lab recomendou esse curso e me inscrevi. Espero me atualizar um pouco e que me impressione. O curso normalmente é pago, mas esse mês de maio está free. Ana Couto é referência quando se trata de marca, então fiquei animada. :)

Dá tempo de se inscrever por aqui até 15/05.

6) Ferramenta de branding: Criar, mapear e validar personas com o ONNA

Essa semana inicio uma parceria em conteúdo com o The Ugly Lab e durante minha imersão lendo sobre o trabalho deles, eu deparei com a ONNA, uma ferramenta de criação, validação e mapeamento de personas que foge do comum.

De forma resumida: é um baralho de 330 cartas com algumas categorias e dentro de cada categoria existem dezenas de características a se atribuir a uma persona. São cartas ricas em informação, repertório e referências de comportamento e traços psicológicos que ajudam profissionais na hora de tomar decisões estratégicas diante do público de interesse da sua marca. Eles também trazem como base os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU (ODS).

Pra saber como funciona direitinho, tem uma AulONNA gravada no YouTube e o material também está disponível pra comprar aqui:

Outro ponto importante: o trabalho gráfico e visual desse material é impecavelmente lindo. Ele também conta com um e-book fenomenal de quase 500 páginas explicando melhor os grupos comportamentais das cartas, tendências de consumo de vários segmentos de mercado, entrevistas com especialistas, cases nacionais e internacionais de inovação e otras cositas más.

7) Ferramenta: Converter áudio em texto no WhatsApp

Eu acharia boba a existência dessa ferramenta até eu precisar dela. Mandei longos áudios pra uma amiga e ela pediu que eu transcrevesse depois, pois ela queria organizar alguns insights em forma de texto. Obviamente que eu não faria esse grande trampo de macaco de ouvir tudo de novo e escrever tudo o que falei, então genuinamente digitei no Google: como transcrever audio de WhatsApp em texto.

Puf, encontrei o ViraTexto. É só salvar o número como se fosse um contato comum e encaminhar seus áudios (até 4 min) pra esse chat. Em alguns segundinhos ele converte tudo te manda em blocos de texto.

Obviamente não é perfeito, algumas palavras saem errado, mas ele já consegue adiantar 90% do trabalho, o que ajuda muito.

Quanto a segurança de dados eu sugiro ler o termo deles. Não sei até que ponto é seguro enviar áudios com informações sigilosas ou dados sensíveis, então cuidado e meça suas fofocas. ;)

Bisous, bisous 🦚

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Rebeca X

Escrevo sobre design, futuros, tecnologias, provocações, contemporaneidades e crises existenciais — design & data products @cappralab @envisioning.io